O ator tem a função básica de questionar a sociedade. Ele pode propor uma       
flexibilização do olhar do sujeito sobre si e sobre a sua realidade.       

--Sulian Veira.      

"É preciso se deixar surpreender sempre". A frase tão repetida pelo saudoso ator e diretor teatral paranaense Ary Pára-raios, que adotou as ruas de Brasília como palco, talvez consiga traduzir um pouco do perfil do ator brasiliense. Sim, porque a produção teatral de Brasília não é, como muitos pensam, uma continuação da paulista e da carioca. Ela tem características muito peculiares e inovadoras, artistas completos e um público fiel.

Para ser ator não é necessário um diploma universitário. Mas então por que cursar a graduação em Artes Cênicas? Além de ser conhecido pela boa formação dos professores, é na universidade que o futuro ator vai poder repensar como melhor utilizar o espaço do teatro. A interação com outras ciências como a Psicologia, a Educação e as Ciências Sociais também dão ao estudante boas oportunidades de desenvolver pesquisas sobre a atuação desse tipo de profissional. “O espaço é importante para o aluno conhecer o que já foi feito e construir um discurso autônomo, sem repetições”, afirma Sulian.

Apesar de a arte teatral ser o foco central das duas habilitações oferecidas na UnB – Licenciatura em Educação Artística e Bacharelado em Interpretação Teatral –, as Artes Cênicas englobam várias linguagens, como o circo, a dança, a mímica, a ópera e a performance. Durante os quatro anos de curso, os alunos ainda estudam cenografia, indumentária, maquiagem e iluminação.

Apesar de a maioria das disciplinas ter espaço para uma base conceitual e para o desenvolvimento de habilidades – outro grande diferencial de um curso universitário de Artes Cênicas –, a prática além da sala de aula é fundamental para a formação dos atores. Iniciativas do Departamento de Artes Cênicas, como o Cometa Cenas – mostra semestral de trabalhos de alunos e professores –; da Diretoria de Esporte, Arte e Cultura (DEA), o projeto Tubo de Ensaio; ou dos próprios estudantes, como o grupo Mecenas – que financiam vários projetos experimentais – são boas oportunidades para quem quer começar a investir na carreira.

     

 

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